Carcinoma de Paget da mama: consideraçöes clínico-patológicas sobre 85 casos / Paget's carcinoma of the breast: clinico-patological considerations on 85 cases

Apresenta-se a experiência sobre carcinoma de Paget da mama do Departamento de Mastologia do Hospital A. C, Camargo, durante período de 25 anos. Foram estudados 85 casos, equivalentes a 1,4% dos casos de câncer de mama atendidos durante o mesmo período. 64,7% foram de carcinoma de Paget clínico e 35,3% pré-clínico. 78,8% apresentavam tumor palpável e 21,2% näo. A idade média das pacientes com tumor palpável foi 51,7 anos, e das sem tumor palpável 59,8 anos. Em 80 casos com revisäo histológica sistemática dos ductos da papila e dos ductos das porçöes mais profundas da mama, verifica-se a presença do tumor somente nos ductos da papila em 5, apenas nos ductos mais profundos da mama em 8 e em ambas as localizaçöes em 67 casos. Nessas 80 pacientes verifica-se que o tumor das porçöes mais profundas da mama apresentaram pelo menos 1 foco infiltrativo em todos os casos. Nos ductos da papila havia pelo menos 1 foco infiltrativo em 55 casos e tumor apenas in situ em 17 pacientes. A incidência de metástases axilares foi de 77,8% nas doentes com tumor palpável e 23,1% naquelas sem tumor palpável. A sobrevida de 5 anos das pacientes tratadas com mastectomia radical modificada foi 36,8% com tumor palpável e 89% sem tumor palpável

Síndrome hemolítico-urêmica induzida por mitomicina C / Hemolytic uremic syndrome by mitomycin C induced by mitomycin C

A mitomicina C é um antibiótico alquilante freqüentemente usado nos esquemas poliquimioterápicos para o tratamento dos tumores do trato gastrintestinal e de mama. Além dos efeitos tóxicos habituais dos agentes antineoplásicos, a mitomicina C pode induzir à síndrome hemolítico-urêmica com graus variáveis de insuficiência renal. Descreve-se um paciente portador de câncer gástrico que evolui a partir do quarto ciclo do esquema FAM com anemia hemolítica, insuficiência renal, plaquetopenia e hipertensäo arterial. Instituída a terapêutica com plasmaferese e transfusäo de plasma fresco, o paciente evolui satisfatoriamente. Discute-se o diagnóstico e a terapêutica dessa síndrome

Resposta terapêutica ao ABVD em pacientes com doença de Hodgkin resistentes ao MOPP / Therapeutic response to ABVD in patients with Hodgkin's disease resistant to MOPP

Apresentam-se os resultados obtidos em 16 pacientes com doenças de Hodgkin avançada (DHA) e resistentes ao MOPP (mostarda nitrogenada, vincristina, procarbazida e prednisona) e que foram tratados com o esquema ABVD (adriamicina, bleomicina, vinblastina e dacarbazina) no Serviço de Clínica Médica do Hospital A. C. Camargo, Säo Paulo. O ABVD induziu remissöes completas (RC) em 7 pacientes (43,7%) e remissöes parciais (RP) em 4 pacientes (25%). Nos pacientes que entraram em RC após 6 ciclos de ABVD näo foi realizado nenhum tratamento de manutençäo. Os pacientes que entraram em remissäo completa tiveram sobrevida média, em 72 meses, de 57,1% e sobrevida livre de doença, no mesmo período, de 37,5%. Estes resultados indicam que näo há resistência cruzada entre MOPP e ABVD e que este último parece ser um esquema efetivo e tolerável para os pacientes portadores de DHA e resistentes ao MOPP, embora nossos resultados tenham sido inferiores ao estudo original de Santoro e Bonadonna